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CARTAS DA MONTANHA BRANCA

CADERNO DE NOTAS DE ANDRÉ LOURO DE ALMEIDA

apontamentos (nem Católico, nem Gnóstico)


1

A Gnose permite caminhar até meio da Ponte.


Sem um impulso gnóstico, inexplicável por nenhum processo de acumulação cultural e sem um ciclo de identificação com o Divino, os primeiros passos na Ponte são estéticos mas não chegam a uma transformação.


A Gnose, Beatriz, não só nos leva até meio da Ponte como permite mesmo contemplar a margem de lá. “Deus está em mim” ou “Eu sou em Deus” é essencial para sair da margem-Alfa do grande horizonte anterior, a imensa superfície de carbono e hidrogénio, fósforo, ideias, afectos/desafectos e tempo cronológico.


2

Mas só a Graça nos dá asas para chegar ao final da Ponte. O completar da Obra é uma dádiva, uma oferta, como uma enigmática chuva no deserto.


A identificação gnóstica “Eu sou em Deus” precisa de ser complementada pela Graça. E a Graça vem de Outra Vontade, não de mim.


3

A margem-Ómega, o final da Ponte, é acessível pelo coração entregue, o coração alado, o coração-diamante…… surrender.


Mas entregue a quê? Asas de quem?


O pequeno coração quer voar no espaço e dissolver-se no Grande Ímane Cósmico, no Coração Divino, o motor imóvel de toda a verdade no Ser, o centro que nos permite dizer: Eu sou em Deus.


Esta dissolução necessita de uma veste para a consciência, uma mudança de figura: uma transfiguração.


Mas uma transformação gnóstica não é a Transfiguração-Paraíso.


4

Para estar perante a Grande Face é necessário uma Transfiguração. Que é uma revelação, uma dádiva. Para estar perante a Grande Face a consciência e a Alma necessitará de novas vestes tecidas pelos Ardentes, os Serafins, segundo mandatos supremos aos quais nenhuma Ordem tem acesso.


A Gnose transforma, activa os corpos superiores, liberta das grilhetas planetárias, faz da nossa vida um vinho raro, permite conhecer as coisas como Deus as conhece.


Mas a Transfiguração é a descida das vestes de velocidade supra-lumínica, as vestes-paraíso.


Estas vestes são as Asas.


E são uma oferta do Altíssimo. Não é um alcance - de baixo para cima - mas uma descida, uma metanóia.


Pode o homem - mesmo o Iniciado - fazer nascer asas em si-próprio? Não creio.


5

Porque os últimos degraus não são de conhecimento, nem de rito, nem de “activação”, nem de nenhuma operação conhecida. Na verdade, a partir do meio, a Ponte desfaz-se gradualmente em uma Luz Desconhecida, um enigmático-familiar.


Os últimos degraus não são de substância conhecida ou conhecível pelo reino humano. São degraus da “Luz da Luz”, Lúmen de Lumine.


Os últimos degraus são uma transfiguração cuja operação não é do domínio do Universo, nem da consciência neural, nem do corpo de luz, nem de nenhuma Hierarquia.


É uma oferta do Grande Ser ao pequeno ser.


6

O ser em ascensão dissolve-se no Coração Cósmico. Isto é: dissolve o que não pertence à Luz da Luz.


Mas o Senhor não se dissolve no coração do ser humano. Por isso Ele permanece o Doador Eterno.


7

Ser admitido ao seio do mistério, a entrada no Coração do Divino, é uma oferta do Senhor, não o resultado de uma construção, nem de uma operação.


Conhecer os pesos, os números e as medidas dá acesso à mente divina e aos jardins do Templo. Mas só a Graça nos levará ao Altar da Presença.


8

A construção prepara, a gnose alinha e funde os veículos, o rito abre comportas verticais mas só o Coração Maior receberá o homem nos níveis superiores.


9

E o ser que finalmente somos e seremos está no Coração. Um coração que nos é invisível, que está além do mero sentimento, mas que constitui um telescópio, um elevador directo para o Grande Centro Atractor.


10

O coração alado é como um Olho em Chamas, disparando uma flecha de fogo para dentro e para cima.


Uma flecha como um raio visual dirigido directamente ao Coração Divino.


Mas a resposta, a admissão, permanece sempre do lado do Grande Outro.


11

Por isso, como os católicos, sei que dependo inteiramente da Graça.


12

Ascending - Brian Eno



1

As políticas do futuro serão políticas ancoradas no plano da Alma e do seu poderoso magnetismo para as melhores soluções. Na realidade além da mente analítica pulsa um íman que atrai o pensamento silencioso na direção de Princípios Poderosos.


2

Estes princípios são comuns a todos os seres humanos, vivem além das culturas e das religiões sedimentadas no tempo e no espaço. É nesse veículo superior - magnético para o intelecto - potenciado por princípios comuns, que se encontra a semente cujo fruto será a paz das Nações.


3

Somos contra a fusão das Nações. Mas preparamos sem hesitar o caminho da Síntese Planetária, a integração das Nações num amplexo de concórdia e num diálogo orgânico fixado num futuro universalmente desejado.


4

Um governo global é possível - na verdade é inevitável - não um governo por fusão, liquefazendo as identidades e qualidades singulares das psiques nacionais - onde forças dos mundos superiores circulam, ainda por realizar - mas um governo global gerado por Mútua Compreensão.


5

A Mútua Compreensão não é uma amplificação da mente pela mente nem um edulcorante para corações ingénuos. É um círculo de olhos acutilantes em torno do Coração do Mundo.


6

Este governo planetário não é um projecto quantitativo que dilui as soberanias nacionais como um bazar onde o Eu é trocado por mero conforto; nem é uma colagem de antigos inimigos obrigados a se entender em nome de um Deus Abstrato.


7

A Mútua Compreensao é o poder da Alma Universal, cuja luz satura todas as almas individuais, criando interfaces lúcidos entre forças colectivas e enunciando espaços de cooperação com palavras quentes e articulando poderes distintos para uma verdadeira sinergia internacional.


8

A Mútua Compreensão neutralizará o ácido do sarcasmo, derreterá o isolante do cinismo e será o antídoto para os venenos da desconfiança entre nações.


9

Condenando a fusão das Nações anunciamos a sua Síntese Ígnea em torno do Coração do Mundo. Aprendei a distinguir ambas as qualidades pois essa capacidade abre a via ampla para o Signo do Futuro.


10

A Mútua Compreensão não elimina as soberanias nacionais mas denuncia o egoísmo da inércia de um povo ou de um governante e evidencia os padrões arcaicos que se querem fazer passar por arquétipos de uma lei espiritual.


11

A Mútua Compreensão será a nota de uma Camelot das Nações reunidas em torno de um objecto singular, transcendente e incompreensível, um Bem Maior, uma vasta história comum, simbolizado por um Graal, um Coração em Chamas, uma declaração de princípios ou o simples enunciar do mais básico bom senso social.


12

Na verdade a leitura e descrição do centro comum, os aparelhos semânticos ou simbólicos, as linguagens marcadas por ateísmos sensíveis ou por alguma forma de fé serão um problema de cada Nação e de cada indivíduo e não serão impostos na Mesa da Boa Vontade.


13

Mas a presença da vontade de servir Algo Maior e transcendente liberta um sinal próprio e inequívoco em cada líder e será esse sinal o código de integração à assembleia das decisões globais.


14

O futuro líder é magnético. A vontade para o Bem vem da Alma e não se emaranha em sofisticações conceptuais. Está presente ou ausente, não é uma posição teórica. Os democratas sinceros precisam de saber usar filtros e detectar este sinal magnético.


15

A Mútua Compreensão introduz formas profundas de empatia na arena política mundial. Sem esta radiação superior o processo político mundial está preso num ciclo repetitivo entre tiranias inflamadas e democracias frias.


16

Falta este elemento na fórmula do poder entre as Nações e só uma invocação - consciente ou inconsciente - ao Grande Centro de Poder Planetário poderá catalisar esta específica Força para a Unidade acima das Nações - que exige na mente divina desde que o planeta começou o seu lento arrefecimento, meus irmãos - mediada pelo Amor-Sábio que é a natureza superior do homem e que é o futuro do mundo.


17

A Mútua Compreensão rejeitará qualquer garra de ferro que obrigue as Nações a se renderem a um poder anti-vida colectivízante. Podeis contar com a Nossa Voz e nosso Raio contra tiranias com pele de cordeiro, onde existirem.


18

Mas a Mútua Compreensão também não alimenta as bolsas de águas estagnadas onde pululam tantos dos vossos políticos da “tradição moral”, em relação à qual são geralmente - e secretamente - hipócritas e com a qual mantém uma relação de utilidade, numa farsa que visa colectar o voto dos que tem medo do futuro e da evolução dos costumes.


19

A Mútua Compreensão é a aplicação na vida da ciência do Eu Superior, uma ciência que produz resultados exactos segundo leis exactas.


20

A Mútua Compreensão mostrará como seres abertos à sua própria “esfera de luz interna” tem acesso à genealogia dos comportamentos, dos limites ancestrais biológicos, dos limites ancestrais económicos, das séries de efeitos na cadeia do medo que geram hoje a tendência para ver “inimigos” em cada história diferente. Esse telescópio restrospectivo na direcção das causas gera compaixão e uma integração inteligente do passado no futuro.


21

E isso é mais que um pensamento magnânimo; são dotações exactas que a intuição profunda doa à mente política, à mente do curador social, à mente dos legisladores.


22

Usai as nossas palavras em todos os lugares onde é necessário eliminar o ruído e estabelecer planícies de entendimento, onde o espaço para criar o futuro precisa de ser purificado para que os Nossos Envios, como flechas de fogo, atinjam os corações humanos.


Shintamani #4

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Transmissões da Montanha Branca

26-9-2022

1 Enquanto os Santos forem apenas pessoas-conceitos, como projeções moralizadas de vós mesmos, a camada cultural regional prevalece e a mente opaca ruminará fragmentos fermentados de folclore e penumbras de superstição criando uma gelatina astral em tormo do ser.

Mas a Nossa Energia move-se na direcção oposta.


2 AUR, a esfera da luz eterna, o véu da Mãe Universal que envolve a Terra, é tocada quando os Ardentes forem compreendidos - e sentidos - como campos de influência inteligente, como regiões do Logos com uma consciência-piloto, um Ser-campo, capaz de actuar instantaneamente em qualquer ponto da Terra.


3 Podemos chamar Mestres Ascensos ou Santos a estas influências pilotadas mas os Nossos enviados têm permissão para usar os nomes do futuro: os Axiais, os Ardentes, os Poderosos, os Flores do Céu, os Incadescentes, os Olhos-Mãos, os Hierarcas, os Leões do Deserto, o Abraço do Senhor.


4 É certo que estes Amplexos, pilotados por uma consciência vivente, em tempos foram parte do estrato humano do cosmos, viveram todo o termómetro trágico-cómico da existência humana. Nesse sentido são vossos pares e irmãos.


5 Estes Axiais, recusando-se a congelar o coração como uma defesa para as tempestades, pelo contrário ampliaram o seu calor além dos limites conhecidos vindo a emergir no Salão das Grandes Superfícies Verticais, a Câmara de Sha, a Câmara do Kumara, do Grande Transmutador.


6 É muito doloroso dissolver os limites do Íman no centro do Ser pois todo o coração, o aparelho ardente, a harpa de sete cores, vibrará ao mínimo toque do Bem e do Mal.


7 Mas porque num Ser Incandescente o coração foi universalizado eles formam regiões que emanam a força magnética ancorada no Coração de Cristo, que é infinito nas Suas possibilidades, e assim os Incandescentes atraem para si legiões de discípulos da vida. Estes dicipulos formam círculos concêntricos em torno do Piloto, daí o termo Hierarquias.


8 Existem arco-íris em esfera e ilhas fosforescentes no mundo de AUR, a Terra Última. E temos pontos de intercepção em todos os cinco continentes da Terra. Por isso afirmamos: cada ser é a sua própria chave para AUR, mas apenas pela sobrecarga testada no quotidiano os meridianos serão gradualmente saturados de Fohat.


9 Na verdade cada partícula da Terra aspira em sua essência a reproduzir AUR no tempo-espaco. AUR é o modelo materno-substancial para o vosso mundo.


10 Os Poderosos são os que pararam suas tarefas cósmicas para salvar um muito jovem veado preso na armadilha de um caçador, deixando uma pedra azul em substituição do animal resgatado. Na Montanha Branca damos sempre mais do que colhemos.


11 Quando asas crescerem nos teus pés e as dores da Terra forem plenamente sentidas mas não vos impedirem de ligar os dois mundos, então sabereis que foste aceite no campo de influência de um Axial, de um Ardente.


12 Portanto vai agora e conquista a Ponte pela doação do teu Ser ao desafio planetário. Flores invisíveis sobrevoam vossas cabeças. O seu perfume dissolve a dúvida e abre a memória para o Akasha.


_____ ALA 2015 -2022 As Cartas da Montanha Branca

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