As conferências tiveram uma importante função organizadora e estruturante para a forma como sinto os tempos atuais.
A minha vontade de respeitar, acolher e "validar" as várias posturas/reações, muitas vezes opostas (relativamente à Covid 19 mas, na verdade, relativamente a quase tudo) encontrou um respaldo importante nas tuas palavras.

A forma como foste esquematizando e sintetizando as quatro "polarizações" (quadrantes) permitiu-me uma organização intelectual do assunto, oferecendo-me também léxico de que eu não dispunha. Passei a poder comunicar melhor o que sinto e o que me faz sentido, e isso é precioso para mim.

Em termos mais globais, o ciclo trouxe-me a oportunidade de tomar contacto e aproximar-me melhor de alguns conceitos que antes eram para mim demasiado herméticos.

Senti uma particular clareza na entrega de conceitos como Hierarquia, Alma, Mónada, Mãe Divina, etc... que me incentivou a participar em todo o ciclo.

Senti também que ao longo do caminho para a Síntese, me foram oferecidas visões muito profundas do funcionamento humano num vasto leque de dinâmicas psicológicas e emocionais, e de forma muito clara e luminosa. Esta clarificação da realidade humana tem para mim um valor imenso quer em termos pessoais, quer em termos profissionais. Outra das coisas que me incentivou e que trago do Púrpura como preciosa, foi vivida numa outra dimensão: A atravessar uma crise emocional difícil, com vários momentos de grande descentramento e dificuldade em casar aquilo em que acredito (que é muito lindinho) com o que estou a sentir (que não é nada bonito) e, portanto, em grande tumulto interior, a conferência semanal sempre me atirava de repente para um sítio muito plácido aqui dentro.

A par do que descrevi nos parágrafos anteriores, a sensação era a de estar num lugar de uma qualidade vivencial muito particular, um aqui-agora sentido como tão centrado, tão verdadeiro, tão sagrado, que pacificava sempre o que quer que estivesse a "espernear" aqui dentro.

Fui algumas vezes tomada por uma espécie de alegria muito serena que se alargava ao ponto de às vezes eu não saber se estava realmente a compreender o que estava a ser dito, ou se estava a receber a informação por uma espécie de "permeabilidade" tranquila que não sei mesmo explicar.

Então, para além da profundidade dos conteúdos, da clareza na comunicação, do brilhantismo das sínteses, o Púrpura, para mim, é um lugar de Paz.

Sandra Martins - instrutora de BIODANZA